O governo do estado de São Paulo acaba de concluir uma restauração impressionante da icônica Ponte Pênsil de São Vicente. Este marco histórico, que é a primeira ponte suspensa do Brasil, passou por uma transformação notável, tornando-se não apenas mais segura, mas também mais charmosa e moderna. Com 109 anos de história, a ponte, que é um dos cartões-postais da Baixada Santista e um ponto turístico de destaque, recebeu um investimento de R$ 5,2 milhões do Governo de SP para suas restaurações abrangentes.

O processo de restauração foi minuciosamente detalhado e incluiu uma série de etapas que vão desde o jateamento de água de alta potência até a limpeza manual com escova de aço, com o intuito de remover o sal acumulado ao longo de mais de um século de exposição à proximidade do mar. Além disso, a equipe aplicou pintura com epóxi, um material altamente resistente à abrasão, e uma camada de poliuretano nos cabos e pendurais, tornando a ponte mais resistente à salinidade.

Restaurando um Ícone de Segurança e Funcionalidade

O processo de restauração, que se estendeu ao longo de 11 meses, exigiu interrupções do tráfego no local, principalmente durante a noite, com uma semana de intervenções que demandaram o fechamento completo. O engenheiro do DER, Paulo Eduardo de Oliveira, supervisionou de perto cada etapa desse projeto complexo.

Uma das intervenções notáveis foi a restauração dos cabos que sustentam a estrutura. A resina de proteção foi aplicada com precisão, uma tarefa digna de alpinistas devido à grande altura em que esses cabos estão localizados. Além disso, a restauração das vigas do piso também foi um desafio, exigindo um projeto específico para a troca das peças, adaptando os níveis das novas vigas ao passeio e melhorando a fixação das tábuas.

Todas as vigas do tabuleiro de madeira, anteriormente em material sintético, foram substituídas por madeira de alta qualidade, semelhante à maçaranduba, vinda de áreas de manejo sustentável e com alta resistência às condições climáticas. Cada troca foi realizada manualmente, e o piso recebeu um material antiderrapante para garantir a segurança dos pedestres e veículos.

A Ponte Pênsil de São Vicente, que liga os Morros dos Barbosas e Japuí, é uma parte essencial da história do desenvolvimento do litoral paulista. Apesar da constante vigilância de técnicos e do IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas), a estrutura apresentava pontos críticos de corrosão que poderiam comprometer a segurança dos usuários.

Além de ser um marco histórico, a Ponte Pênsil é um patrimônio arquitetônico de São Paulo, tombada em 1982 pelo Condephaat. Sua estrutura, que possui 180 metros de vãos livres, quatro torres metálicas revestidas de concreto com 24 metros de altura, 16 cabos e 58 pendurais, continua a desempenhar um papel vital na conexão entre a ilha de São Vicente e o continente.

Outra notável restauração de uma ponte pênsil ocorreu na Ponte Alves de Lima, que atravessa o Rio Paranapanema em Chavantes, no sudeste do estado. Essa obra, com um investimento de R$ 5,9 milhões, também restaurou essa estrutura histórica, garantindo sua preservação para as gerações futuras. Com suas 164 metros de comprimento, 4 metros de largura e um vão de 80 metros, a Ponte Alves de Lima é um marco que faz fronteira com o Paraná e permanece como um testemunho da engenhosidade arquitetônica do passado.

Essas restaurações são um tributo à história e à engenharia, preservando o patrimônio do estado de São Paulo e garantindo que essas estruturas continuem desempenhando um papel fundamental em nossa sociedade.